domingo, 5 de novembro de 2017

Vale do Acará: Rede Sustentabilidade discute o vale recepcionada pelo vereador professor Iran.

 Reunião da Rede Sustentabilidade no Acará para discutir o Vale do Acará
Foto: Enviada pelo vereador via Whatsapp




Na manhã de sábado (04), recepcionados pelo vereador professor Iran Pereira (REDE) representantes do partido liderados por Úrsula Vidal, a porta-voz estadual, reuniram com lideranças regionais para pensar a questão do Vale do Acará no escopo da escuta para construção de um  Projeto Político para o Pará, além de tratar do arco de alianças para as eleições que avizinham-se.



O Vale do Acará é uma região de ocupação colonial, mas que passa por um processo de inovação a partir da colonização japonesa transformando-se em um sistema espacial com grande dinamismo derivado de um conjunto de atividades lideradas pela produção agrícola permanente - muito especificamente pela produção de palma. Além do município homônimo engloba Tomé-Açu, Concórdia do Pará e Bujaru. E está muito conectado baixo-tocantins.
Acará
Foto: Leão Fotografia








O Pará tem optado historicamente por um modelo de desenvolvimento esquizofrênico que no vale tem facilitado a expansão da monocultura do óleo de palma ao passo que o território como um todo é negligenciado. 


O resultado é o aprofundamento da desigualdade, desagregação dos territórios tradicionais e perpetuação da precariedade da vida de quem é miúdo tanto no campo quanto nas sedes municipais tanto do Acará quanto de Tomé-Açu, Concórdia e Bujaru.

     

Para Iran Pereira, o prof. Iran,  "é preciso resinificar a luta pela agricultura familiar e achar caminhos para o mercado, revalorizando os produtos com integração à novos conhecimentos. Além disso, o agricultor familiar deve assumir o protagonismo na operação do turismo a partir de uma base comunitária e sustentável. No período de férias os navios aportam diariamente na cidade. Mas nada deixam."


Rede Sustentabilidade discute o vale do Acará
foto: Rede Sustentabilidade 




Os municípios de Acará, Concórdia do Pará,  Bujaru, Tomé Açu formam o Vale, mas estão muito conectados a toda região do baixo-tocantins. A micro-região está envolvido pelo dinamismo da grande monocultura e pela agroindústria, assim como está muito impactado pelas tensões entre camponeses de diversas origens  (comunidades tradicionais, pequenos agricultores) e os grandes empreendimentos do agronegócio. 



Um exemplo disso é  
Território Quilombola Alto Acará que está sob forte pressão do avanço do plantio de dendê (fruto do dendezeiro que produz grande quantidade óleo e é utilizado para a produção de biodiesel) que avança em terras já delimitadas como de comunidades. Como agente central  do conflito está A Vale, empresa produto da parceria entre a mineradora Vale S.A. e a canadense Biopalmas - está centro dos conflitos que se arrastam a tempos.



Pelo menos cinco empresas atuam no município e região. Vale, Biopalma, Agropalma, Dentauá e Marborges que atuam com dendê. E Sococo que processa óleo e leite de coco. Uma atuação marcada pela dubiedade já clássica na  Amazônia: geram empregos e renda, mas também muitos conflitos, desagregação das atividades tradicionais e tensão fundiária. 

Acará é um município vizinho de Belém (PA), contudo marcado pela invisibilidade. É lá que aportam as dezenas de barcos turísticos que saem da capital para “consumir” ás paisagens caboclas ribeirinhas das comunidades  conectadas pelo rio ao território belenense.

Como maioria da população residindo nas zonas agrárias é principal município produtor de mandioca do país – a despeito das acentuadas dificuldades com manutenção da qualidade e produtividade.

             
No Baixo Acará, a mineração de areia e seixo  compromete os rios, os mananciais e todo o ecossistema. Por outro lado, é  também  no Acará que atua a empresa de cosméticos "Natura" com exploração de priprioca em parceria com as comunidades locais. Um vetor econômico que têm potencial de crescimento com elementos de sustentabilidade, mas ainda é tímido no que tange a geração de renda aos camponeses e camponeses envolvidos.




Úrsula Vidal e Lideranças Políticas do Vale do Acará e Baixo-Tocantins.
foto: Grupo de Trabalho da Rede Sustentabilidade


Úrsula Vidal presidiu a reunião e ouviu  lideranças locais sobre as agendas dos territórios e com as quais também discutiu os arcos de aliança possíveis na construção de um Projeto Político Democrático, Popular e Sustentável para o Pará.


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