Uma publicação deixou-me com vergonha alheia com uma publicação sobre a praia Ilha do Camelão. Ele diz:
"Camaleão de Vidro - É triste ver que muitas pessoas hoje ainda não tem consciência ecológica e coletiva. Em passeio de barco paramos na ilha do camaleão e o que me deixou surpreso foi a quantidade de cacos de vidros espalhados pela praia, foram tantos que deu pra montar essa pequena coleção."
Aproveito esse episódio para situar o médico mocajubense em questão na minha história e trajetória para voltar a essa questão do descuido com nosso meio ambiente, nossa cidade, nossos conterrâneos.
Júnior, é velho conhecido meu, da época que eu vivia em Belém na residência do meu padrinho de batismo católico e trabalhava "em troca dos estudos". Júnior, estudava também, na condição de sobrinho dos donos da casa. Eu trabalhava na casa durante o dia e estudava naquele famigerado turdo do intermediário. Vivemos juntos por aproximadamente um ano quando ele passou no vestibular e seguiu a vida.
É daquelas pessoas que a gente ama de longe. Quase não se vê. Não se fala. Mas mantém no coração.
O post dele me causou vergonha e tristeza. Ele vive longe, pelas mesmas razões que todos os demais que não vivem em Mocajuba (PA). Nosso território é produtor de gente para fora pois não consegue nos abrigar, não fornece ferramentas para que todos desenvolvam suas potencialidades e sigam a vida. Contudo, o lugar é sempre nosso, é preciso que se zele por ele sempre.
O vidro na praia indica um desleixo que nega nossa identidade cabocla e solidária.
O médico em tela tem filhos pequenos e qualquer pai ou mãe deve ficar desesperado ou desesperada com a possibilidade de ter um filho machucado.
Poderia ser o filho dele.
Mas pode ser o seu.
Pode ser você.
[Na volta]
Ele ficou tão impressionado que juntou e fez uma coleção na praia.
De tempos em tempos ele volta.
Quem sabe na próxima, já guardamos o lixo e levamos no saquinho.
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