quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Enquanto os homens exercem seus podres poderes [...] A juventude é dilacerada na cidade.

[...]

Morrer e matar de fome, de raiva e de sede
São tantas vezes, gestos naturais.


Essa música tem rondado meus pensamentos,
todas as vezes que as mortes de jovens multiplicam-se na cidade.


Jéferson Evaristo
Foto: Colaboradores Via Facebook


[...]
Mas não é.
Não precisa ser assim.



Mais de uma hora da manhã,
Eu mergulhada nas minha tese de doutoramento - como costumo passar madrugas.



Eis que:

Bhoh!!
Mais uma caixinha de bate-papo  nervosa a informar.
Acabaram de matar mais um.
Parei de escrever e fui dormir.








Hoje pela manhã acordei pensando no assunto.
Tantas mortes,
Tantos jovens
E  cidade segue sendo dilacerada.
Antes de voltar a tese.
Resolvi, paro aqui para falar com vocês.









Minha angústia diante disso é que
não se trata  aquelas mortes ocasionais de um tempo já distante em Mocajuba (PA).






Trata-se de um tipo de violência que nos últimos sete anos tornou-se  comum e cada vez mais se intensifica, e sem nenhum indicativo de recuo.





As execuções a tiros, a queima roupa, a luz do dia ou da noite.







Mais uma vida se foi,
Mais um jovem teve a vida interrompida






















Sobre o fato



Ocorreu próximo  a casa dele na Travessa Teófilo Otoni, no Centro - Próximo a Igreja Centenário.
Fontes locais informam que dois homens em uma moto aproximaram-se e desferiram seis tiros com revolver calibre 38.
Era mais de uma hora da manhã.
Mataram e saíram.
E sumiram.





No registro de ocorrência do caso na delegacia de polícia lê-se que as características do ocorrido indicam "execução por acerto de contas" - onde também se lê, que Jéferson Caldas supostamente estaria envolvido com venda de drogas.







JEFFERSON EVARISTO CALDAS, filho era filho de JOSÉ MARIA CAMPOS CALDAS e JÚLIA EVARISTO DA SILVA. 



Jovem, na casa dos seus vinte e poucos anos - nascido em 1991.
Dona Júlia, é agente de saúde, dedicada e evangélica.
Lamentável o que se passa com ela.




Sim.
Digo, com ela.
Visto que para o rapaz, tudo já acabou.





É acima de tudo Dona Júlia que
agora vive essa tragédia.
Uma pena para Dona Júlia,
Uma pena para Jéferson,
E para todas as Júlias que ainda estão por vir.
E todos os Jéfersons que logo aparecerão.








Eu não faço a leitura nos moldes dos apresentadores de Programas de TV voltados a questões policiais.
Vejo as coisas de um outro modo.
Mesmo que você que vem aqui no blog - tenha direito de fazê-lo a seu modo.








Eu faço indagações:
E os caminhos que a ele foram negados?
E tudo mais que nossos governantes surrupiaram dele e de sua família.
E a vida que ele poderia ter tido - mas a disputa pelo poder que impera na cidade - lhe tomou.








Eu poderia fazer o diálogo comum.
Mas eu não sou assim.
Minha esperança e que a esperança abrace outros jovens tais como Jéferson e lhe brinde com uma cidade mais cuidadosa com sua gente.



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"Veja bem, meu amigo, a consciência é um orgão vital e não um acessório, como as amígdalas e as adenóides."(Martin Amis)

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